segunda-feira, julho 26, 2004

Surprise, surprise, surprise!


As vezes, quando a gente acha que não consegue fazer mais nada, a Musa surge através de outra pessoa! Aqui no caso um companheiro de pena que de tanto me "encher" os pacovás me fez produzir (junto com ele, é claro!!!) esse conto aí embaixo!
Espero que apreciem e se não apreciarem tambem, contentem-se com isso! Ou não!

P.s. Eu ainda volto, ah... volto!


O Afogar de uma Vida Miserável

Com a valiosíssima contribuição de Saxplr


Passava da meia noite quando Marcos entrara. Era Terça-feira, o bar encontrava-se deserto a não ser pelos dois velhos em sua habitual cachaça e pelo Barman, que mal tirava os olhos do pequeno televisor de cores distorcidas. Após pedir uma cerveja, procurou uma mesa afastada da janela para beber, não queria que o vissem ali, ele, um pai de família de sucesso no emprego, acionista de uma das maiores empresas de eletrodomésticos do país, dono de uma vida social invejável, e família adorável.

-Senta aí, que eu quero conversar. Eu preciso desabafar com alguém, uma vida inteira é tempo demais para se carregar um fardo como o meu. - disse, enchendo os dois copos.

-Sabe, eu me lembro quando eu era moleque. Brincava de pega, de esconder, subia em árvore, roubava manga. Fazia de tudo o que essa molecada de hoje despreza, pois nem ao menos sabe que gosto tem.

Após beber mais um gole de cerveja gelada, fez como se tivesse acabado de lembrar-se de algo e prontificou-se a corrigir o desrespeito:

-Me desculpe, na minha ânsia por falar, esqueci de me apresentar. Meu nome é Marcos Almeida, Almeida na empresa, aqui ficaremos por Marcos mesmo. Sou casado com uma linda mulher chamada Anita, tenho dois filhos: Um garoto de quinze, Marcelo, e uma menina de doze Mariana.

-Sei que não é prudente expor-me tanto, ainda mais em um lugar como esse, mas é que estou prestes a lhe contar coisas tão mais importantes e profundas que te presentearia com uma arma, anexada ao endereço de minha residência, e não me surpreenderia ao lhe ver com a pistola apontada para mim um dia desses.

Encheu novamente o copo. Suspirou algumas vezes, saboreando a bebida amarela que descia suave em sua garganta, lembrando-se de remotos tempos.

-Me bateu uma saudade dos tempos de faculdade... A gente matava aula para ficar em um bar como esse, jogando sinuca e conversando até altas horas. Quantas vezes não tivemos que carregar um de nós até a república, e quantas vezes a pessoa carregada não era eu mesmo. Interessante é que me lembro bem somente do primeiro e do último porre! O primeiro por motivos óbvios, e o segundo porque foi por causa dele que conheci Lucinha...

-Ah, Lucinha, não era um primor de beleza, mas tinha seus atrativos! E o maior deles era a humildade, apenas rivalizada por seu desprendimento. Lucinha não se importava com quase nada do mundano, era doce, ao contrário de sua prima rica, A. Marly.

-Marly era linda, toda metida à gostosona, sabia conseguir o que queria, não media esforços para o que desejasse. Na verdade toda sua ânsia se resumia-se em uma palavra: Poder.

-Mais uma aqui! Você quer? Sinta-se à vontade, deixe-me encher seu copo!

-Vivi numa encruzilhada com essas duas moças sem conseguir me decidir por quase dois anos. Lucinha me proporcionava paz e alegria, mas sua falta de ambição me entediava, e aquele negócio de paz, amor e pobreza me irritava por vezes. Já Marly tinha tudo o que um homem jovem poderia querer: Dinheiro, curtição e sexo fácil. E olha que além de fácil ela sabia mesmo como enlouquecer um homem direitinho. Claro que era desejada por quase todos, mas poucos é que realmente a levavam para cama. Enquanto com Lucinha podia me sentir uma criança, Marly me fazia homem.

-Por falar em criança, deixe-me falar da minha infância, Antes disso, deixe-me pedir algo um pouco mais forte pra gente.

-Tequila aqui, rapaz. E deixa a garrafa.

-Passei muita necessidade e não tive sequer um brinquedo decente, não sabe o desespero que era estar com fome de tarde e não ter nada na despensa. A fome e a falta de grana eram constantes e só a muito custo consegui ingressar na faculdade, não imagina a festa que foi lá em casa. Diga-se de passagem, fui o quinto colocado geral do curso de Contábeis! Mas minha infância não foi tão ruim quanto quero fazer parecer, tinha uns moleques na rua, a gente jogava muita bola, quebrava janela do vizinho, roubava manga, fugia de cachorro. Bons tempos aqueles... As vezes fico a pensar com o que aconteceu à cada um deles.

-Mas voltando ao fim da faculdade... Um dia fui posto na parede por Marly. A gente tinha acabado de transar, ela estava com uma lingerie vermelha. Cara, eu ficava louco quando ela vestia aquela. Virou séria para mim e disse assim, na lata.

-"Ou você escolhe uma, ou eu te largo agora! E lembre-se que eu tenho muito mais a oferecer do que a sonsa da Lucinha! Acorda! Vai querer ficar com aquela lerda ou comigo?"

-Ela disse isso alisando seu corpo sensual, e aí não teve jeito mesmo. Na hora eu disse que era com ela que eu ia ficar. Mas não posso dizer que foi ali que eu tomei minha decisão, dizer que foi chantagem seria conformismo.

-Garçom, essa garrafa não deu nem pro cheiro, me traz mais uma aqui! E você, precisa beber mais, já disse que a noite é por minha conta. Ahn, não disse? Pois agora disse. Então enche logo esse copo e brinde comigo à minha desgraça.

-Eu estava terminando a faculdade, precisava de um estágio, se ficasse com a Anita teria tudo isso fácil, assim de bandeja, e ainda levava a mulher de brinde! Ahn!?, Anita, sim, é esse o primeiro nome da Marly. Não posso dizer que fiquei péssimo quando terminei tudo definitivamente com Lucinha, mas sentido eu fiquei sim, menos por mim que por ela. Coitada, eu nem para inventar um motivo melhor, dei qualquer desculpa à ela.

-Me traz um Black Label aqui! Você gosta de whisky? Ah, claro que gosta, aprecie comigo essa maravilha aqui! Na verdade eu preferia um Gold, mas não se encontra nesses botecos por aqui.

-Vivi cheio da grana por muitos anos, na verdade ainda vivo. Mas hoje, cara, em frente a todo esse álcool eu vejo a cagada que é minha vida. Minha mulher me trai com alguns colegas da empresa, e até pros empregados da casa ela já deu. Se eu quiser pegar ela na cama com outro é fácil; é só sair mais cedo do trabalho. Mas não sei nem se eu quero isso, ela que vá pra cama com quem quiser, aquela vagabunda me encheu de grana, e é isso que importa. Meu filho é drogado e a menina segue pelo mesmo caminho da vagabunda da mãe dela. Os acionistas me odeiam, só continuo na firma por ser casado com aquela mulher, filha do dono da empresa.

-Sabe, eu sempre tive vontade de voltar atrás, ou ao menos tentar mudar tudo. Ir atrás de Lucinha; ela sim era a mulher da minha vida, levei anos para descobrir isso. Mas me faltava coragem. Coragem de encarar a realidade, pois ela provavelmente estaria casada e feliz, morando em uma casinha modesta com um marido que a amasse. Fiquei sabendo que ela morreu hoje, foi morta a tiros pelo marido ciumento. Eu vi a foto do cara, ela namorava com o cara desde a época que ainda estudávamos juntos, começaram logo depois que terminei com ela. O cara sempre foi um filho da puta! Umas amigas dela me disseram que ela começou a sair com ele por estar muito abalada por minha causa... Sabe o que significa isso? Eu fodi a minha vida, fodi a vida dela... Cara, eu que fiz toda a merda.

-Ahn, não olha com essa cara de reprovação não, que você não deve ser nem metade do que diz que é. Fica aí, lendo essas palavras, e não faz nada para mudar essa bosta na qual você vive. Eu posso falar o que quiser que você não tem como me atingir, mas EU tenho. Me diz aí, qual foi a última coisa de boa que você fez, qual foi seu último movimento para mudar essa droga de mudo no qual você está inserido?

-Eu sabia, você não é nem um pouco melhor que eu...

segunda-feira, julho 12, 2004

Aloou? Tem alguém aí???


Será que eu ainda lembro como esse negócio funciona? Sinceramente meu cérebro tem se mostrado pouco mais do que um emaranhado de conexões tão fundidas que às vezes eu acho q a minha mãe fumou alguma coisa estranha na gravidez. Mas whatever. Bola pra fernte e ´bora ressuscitar o velho bolologue! Sem promessa de ataulização, mas pelo menos a vontade existe e principalmente a de voltar ao motivo pelo qual eu iniciei essa birosca! Esvaziar o meu amedrontador buffer cerebral. Então, fasten ypur seatbelts e aguardem!!!
Ou não...