terça-feira, abril 06, 2004

Um pouco de ficção... Ou não!


Por muitas vezes busco remédio nas palavras, eternas companheiras, e mesmo elas às vezes tendem a desaparecer e deixar-me ainda mais triste. Sinto-me como um analfabeto, incapaz de concatenar os pensamentos que reverberam em minha mente como uma desafinada orquestra de metais. Não encontro definições, as idéias não se entrelaçam e nada, absloutamente nada tem sentido.
Em dias como esses, resta-me apenas fechar o olhos, deixar que o estranhos leprechauns que habitam minha mente saiam e sirvam de alimento aos crocodilos do sótão de minha mente. Resta-me apenas vagar inerte e me fingir de morto, como que em um estado cataléptico aguardando o momento de despertar para a vida.
Momentos vividos sob a luz desse estado, costumam ser doídos e traumatizantes, assim como a tendência a ferir e magoar acentua-se. Ninguém, mesmo os mais amados escapam incólumes de mes dias de "rebelião mental". É claro que quem mais sofre com isso sou eu, ao ver os que quero bem fugindo de minha presença por não suportar meu latente mau humor.
Hoje sei porque não tenho futuro em minha profissão e sei que nem a mais horrenda de todas as elfas pode vir a interessar-se por um bardo temperamental como eu. Meu alaúde, jogado em um canto de minha casa, não produz nada agradável, pelo menos por enquanto. E não há sequer uma moeda em minha bolsa para matar minha sede.
Devo entregar-me à solidão enquanto minha mente se reestabelece e aguardar, para que, tão logo me refaça, possa voltar a alegar a todos os que me conhecem com minhas palavras e canções.