quinta-feira, maio 27, 2004

Torn

Trabalho, estudos, televisão, comida, sono, sonho, trabalho... Um círculo vicioso que resume quase totalmente minha vida medíocre. Busco respostas, motivação ou mesmo uma necessidade qualquer que possa me trazer mais sentido aos meus atos. Uma busca qualquer ou mesmo uma aventura; mas nada, absolutamente nada, acontece de novo. Apenas o tédio interminável e o vazio sem sentido. Mas chega de conjecturar e vambora pro trabalho!
Carro enquiçado, ônibus lotado, todos com caras sérias(como deve ser); uma garotinha chora por não querer ir à escola, uma senhora reclama porque um boy não lhe dá lugar, o cobrador grita a plenos pulmões para que nos aglomeremos mais no fundo do coletivo e o motorista assovia uma canção velha que me lembra meus avós. Tudo absurdamente normal; mas uma freada brusca muda tudo. Barulho de ferro retorcido, gritos, cheiro de queimado, sirenes, inconsciência.
Ainda me lembro da sensação de acordar ante à luz pálida do quarto de parede azul do hospital. Lembro-me do torpor na visão, assim como me lembro dela... Cabelos totalmente brancos e longos como o infinito, olhos negros como a noite sem lua e um sorriso tão jovem quanto a aparência do seu rosto:
- Olá, eu sou Clara. Você dormiu por dois bons dias, mas está tudo bem! É um milagra você sair ileso!
- Dois dias? Pra um insone isso até que é um belo recorde. Como estão os outros passageiros?
- Sobraram apenas você e uma memnina de nome Nadine! Alías, você deve conhecê-la, afinal foi você quem a salvou, protegendo-a com seu corpo.
- Desculpe,ma snão me lembro de nada e nem sequer conheço essa jovem.
- Vou trazê-la para ser sua companheira de quarto, ela não tem mais ninguém no mundo e precisa de amigos.
Com a saída de Clara adormeci mas algumas horas e acordei com uma mãozinha puxando meu lençol:
- 'Brigado Tio! A Tia Clara disse que eu só tou andando por tua causa. Você quer ser meu pai? A Tia Clara pode ser a minha mãe...
Clara ouviu tudo da porta e escondeu-me o rosto, mas confesso que a sinceridade daquela linda jovenzinha de olhos negros me encantava.
Os dias passavam lentos e as sessões de fisioterapia incomodavam, mas tanto Nadine quanto Clara davam-me incentivo a vencer a dor e voltar a andar. Ainda assim não conseguia mover um músculo abaixo da cintura por mais que tentasse. Mas tudo mudaria em uma única noite.
Clara, ao dar-me o tradicional selinho de boa noite sussurrou um "volto depois" que mexia com a imaginação. Dito e feito, na madrugada, enquanto Nadine dormia ela regressou e me disse, insinuante:
- Você sabe o que eu quero... O que você quer?
- O mesmo que você, mas você conhece o meu "problema"...
- Posso resolver isso, mas tem um preço.
- Qualquer coisa para andar de novo e ter você! Qualquer coisa!
- Então apenas feche os olhos...
Não me lembro de mais nada, apenas de que no outro dia minha saúde agia como se eu tivesse dezoito anos de novo! Lembro-me até hoje da disposição, assim como da sede! uma sede estranha e insaciável!
Demorei muito a perceber o que era a sede, e a explicação de Clara apenas apvorou-me ainda mais:
- Você se dispôs a pagar o preço, agora faça o que lhe aprouver.
E dizendo isso, bateu a porta. Eu sabia que não a veria mais, o que me deixava mais em pânico.
Perdido, com medo de magoar Nadine e sem esperanças de salvação fiz o que me pareceu mais plausível. Atirei-me pela janela.
- Por que você pulou da janela? Assim você pode se machucar tio!
- Minha pequena princesa! Seja feliz e nunca, jamais, desperdice tua vida como eu desperdicei a minha...
E juntando minhas últimas forças deixo a sombra das árvores e corro em direção ao Sol que começa a nascer, queimando meu corpo e levando embora uma vida que sequer existiu...

segunda-feira, maio 24, 2004

Lá e de volta outra vez!


Não dá pra entender, não tem como mensurar, assim como não dá pra descever absolutamente nada. O fato é que dói! E como dói! Dói como nunca doeu antes. É físico! E uma sensação de impotência que me faz ter vontade de desistir de tudo e fazer com que o mundo finalmente receba o pedaço de mim que ele tanto cobra. Sinceramente eu ainda não desisti de lutar ou de buscar respostas; mas já me considero conformado com a perda e sei que a teimosia triunfará sobre o sentimento e as coisas seguirão o péssimo e incontrolável rumo da indiferença. Se estiveres lendo, saiba que já percebo isso de tua parte. Então. Que seja feita a vossa vontade. Aidna não secou, ainda nçao parou de doer! Mas se querias me convencer de que era sincero, conseguiu! Meu sentimento não mudou, assim como minhas promessas estão mantidas, pelo tempo que elas conseguirem aguentar! Segue teu caminho, sê feliz e quando olhares pra trás ainda verá smeu rosto, mesmo que seja apenas em tuas doces (ou não) lembranças...

Tristeza não tem fim / Felicidade sim
Am7 Em7 Am7 D7/9 Am7
Tristeza não tem fim / Felicidade sim

C7+ Bm7/-5 E7/-9 Am7 Am6 Gm7 C7
A felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar
F7+ Fm6 Am7 D7/9
Voa tão leve mas tem a vida breve
Am7 D7/9 Am7
Precisa que haja vento sem parar

C7+ Gm7 C7/9 F7+
A felicidade do pobre parece / A grande ilusão do carnaval
Dm7 G7 C7+
A gente trabalha o ano inteiro
Gbm7/-5 B7/-9 Em7
Por um momento de sonho pra fazer
Dº Am7 D7/9
A fantasia de rei ou de pirata ou jardineira
Am7 D7/9 Am7
Pra tudo se acabar na quarta feira

C7+ Bm7/-5 E7/-9 Am7 Am6 Gm7 C7
A felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor
F7+ Fm6 Am7 D7/9
Brilha tranquila / Depois de leve oscila
Am7 D7/9 Am7
E cai com uma lágrima de amor

C7+
A minha felicidade está sonhando
Gm7 C7/9 F7+
Nos olhos da minha namorada
Dm7 G7/13 C7+
É como esta noite passando, passando
Gbm7/-5 B7/-9 Em7 Dº
Em busca da madrugada / Falem baixo, por favor
Am7 D7/9
Pra que ela acorde alegre como o dia
Am7 D7/9 Am7 D7/9 Am7 G7/13 C7+/9
Oferecendo beijos de amor / Tristeza não tem fim